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2019 – 2022 [em desenvolvimento]
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notas para aprender a fechar os olhos

reverenciar a abundância de possibilidades da escuridão. devagar escolher para onde olhar e o que deixar de ver. estar atenta à presença de outros seres e seus vestígios de existência.

todos os dias me pergunto do sentido do mundo existir e de eu mesma, enquanto pessoa e matéria, que poderia ser coisa outra, um tronco, minério ou libélula.
encher e esvaziar os pulmões no tempo das ondas.
mover-se como molécula na correnteza atenta para as direções da força.
observar os desenhos vivos e encontrar sabedoria e encantamento nas linhas que, ao invés de um caminho, tomam vários. escolher a curva como prumo.
notas para aprender a fechar os olhos e se ver como parte do movimento silencioso ou arrebatador, mas sempre continuo, das partículas.
fecho os olhos e as partículas do escuro se mostram pontos incandescentes. olhos de guaraná, que ao serem mirados me olham de volta. infinitos olhos incandescentes que serpenteiam compondo mirações. neste campo tudo se origina e se dilui. experimentar a completude por experimentar o vazio absoluto.

notas para aprender a fechar os olhos com a força e generosidade das medicinas da floresta.